Em 1919, uma expedição científica britânica chegou a Sobral, no Ceará para documentar um eclipse solar. Durante um mês, astrônomos montaram acampamento para realizar o experimento fotográfico que acabaria por confirmar a Teoria da Relatividade Geral de Einstein. Sol Preto revisita esse evento científico a partir da perspectiva dos habitantes de Sobral, para quem o eclipse despertou temores de eventos apocalípticos e inundações — sentimentos influenciados pela forte religiosidade e tradições locais.
O filme, rodado nos arquivos do Museu do Eclipse e do Museu Dom José, examina as tensões entre o progresso do conhecimento científico e a realidade socioeconômica da cidade. A narrativa se desenrola por meio de um duelo de versos improvisados entre dois repentistas locais, que cantam sobre a expedição e o fenômeno cósmico, reinterpretando dinâmicas de poder e ansiedades locais. A partir da tradição oral nordestina, fatos, rumores e invenções se misturam na releitura desse evento histórico.